Uma nova forma de melhorar a timidez
Como médico psiquiatra encontro todos os dias pessoas buscando melhorar. Isto é algo que considero fantástico: a decisão de ser alguém melhor. Você não precisa estar doente para querer melhorar. Você não precisa estar negativo para acrescentar pontos positivos em sua vida.
E posso dizer, com certeza, que um dos pontos mais almejados é tornar-se uma pessoa com melhores habilidades sociais. Aprimorar o quesito social é uma necessidade óbvia nos dias atuais, afinal estamos na era onde grandes empresas, como o Facebook, Google e Whatsup, fizeram suas fortunas baseadas em seu capital social.
E se uma pessoa decide aprimorar suas habilidades sociais por onde ela deve começar? Quais são as ferramentas disponíveis para esta jornada de melhora?
Para começar a responder estas questões, é importante saber que 12% do população apresenta algum grau de ansiedade em situações sociais(1).
Esta ansiedade é o maior obstáculo para melhorar a habilidade social, aprimorar relacionamentos e a forma de comunicar-se.
A ansiedade social pode apresentar-se de diversas formas. A timidez como traço de personalidade é uma delas.
Outra forma é um transtorno chamado Fobia Social, onde critérios diagnósticos específicos são preenchidos. Este diagnóstico é conduzido em uma consulta médica, que vai avaliar o impacto que ansiedade produz no funcionamento de cada pessoa. Estima-se que 4% da população possui uma ansiedade que preenche estes critérios.
No caso da Fobia Social como diagnóstico existem tratamentos com medicamentos, que devem ser aliados a mudanças comportamentais e o desenvolvimento de novas habilidades.
No caso da timidez, o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades sociais são as principais ferramentas.
A Psicologia, especialmente na forma de Psicoterapia Cognitivo Comportamental, oferece maneiras de promover mudanças comportamentais.
Como médico, eu recomendo psicoterapia aos meus pacientes, e muitos conseguem obter seus benefícios. No entanto, muitos outros não tem o mesmo sucesso em melhorar seus comportamentos. Os motivos? Cito os três mais frequentes que ouço:
Dificuldade em arcar com os custos de longo prazo. De acordo com a tabela do Conselho Regional de Psicologia(2), o valor médio de um acompanhamento psicoterapêutico é de R$167,65. Considerando um acompanhamento semanal, o valor mensal seria de R$670,60.
Dificuldade em manter a disciplina. O comprometimento com a regularidade é importante para atingir os resultados, mas a disciplina muitas vezes é alvo dos imprevistos da vida moderna, como trabalho, atividades extras, trânsito.
Dificuldade em colocar em prática. É muito frequente ouvir que durante a sessão de psicoterapia as coisas ficam melhores, mas o difícil é colocar em prática.
Uma nova forma de melhorar
Após ouvir estas queixas muitas vezes e perceber como as pessoas estavam se esforçando em busca de melhorar, comecei a me perguntar se não existiriam novas formas.
Iniciei uma busca por ferramentas e técnicas que pudessem ser utilizadas por milhares de pessoas que desejam ser mais sociáveis, mais comunicativas e ter melhores relacionamentos.
A ferramenta ideal tem que trazer benefícios a todos.
Se a pessoa é tímida ou não, mas quiser aprimorar suas habilidades sociais, a ferramenta tem que oferecer mais vantagens do que um simples livro de autoajuda. Deve trazer mudanças reais.
Se a pessoa está em acompanhamento médico, deve ser uma ferramenta para potencializar o tratamento, afinal o custo somado da consulta médica e dos medicamentos pode ultrapassar o valor de R$500,00. E para este investimento ser realmente aproveitado, é essencial que a pessoa esteja colocando em prática mudanças comportamentais em sua vida, que não podem ser conquistadas somente com o tratamento médico.
Se a pessoa está em acompanhamento psicoterapêutico, deve ser uma ferramenta capaz de potencializar a psicoterapia, fazendo com que as mudanças de atitude sejam colocada em prática e façam parte da vida real da pessoa.
Munido destes requisitos iniciei minha pesquisa.
Encontrei um estudo publicado em 2008 pelo Australian and New Zealand Journal of Psychiatry mostrando que uma terapia cognitivo-comportamental autoguiada pela Internet reduziu os sintomas de Fobia Social na maioria dos participantes(3).
Este foi o primeiro estudo e me deixou empolgado. Segui pesquisando e buscando referências científicas.
Encontrei uma dezenas de evidências científicas mostrando que novas formas de melhorar são possíveis e reais. O desafio mostrava-se em como agregar toda a base científica em algo que pudesse ser utilizado pelas pessoas em busca de melhorar.
Decidi aceitar o desafio!
Nascia assim o Youper, uma nova forma de melhorar!
Referências
- Social Phobia. National Institute of Mental Health. 2014.
- Valores de Referência nacional de honorários dos Psicólogos. Conselho Regional de Psicologia 6ª Região. 2013.
- Shyness 3: randomized controlled trial of guided versus unguided Internet-based CBT for social phobia. Titov N1, Andrews G, Choi I, Schwencke G, Mahoney A. Aust N Z J Psychiatry. 2008.